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Marketing

Setembro Amarelo no marketing: propósito e estratégia

28 julho, 2025

O Setembro Amarelo foi escolhido como o mês dedicado às ações contra o suicídio e em prol da conscientização da população sobre o tema.


A campanha é um verdadeiro chamado à valorização da vida em uma sociedade ainda afetada pelos impactos da pandemia. 

Mesmo após o fim das restrições impostas pela emergência sanitária, os efeitos permanecem, principalmente na saúde mental. O número preocupante de suicídios e automutilação no Brasil evidencia a urgência desse cuidado. 


Tudo isso reforçou a importância de falar sobre bem-estar da mente, inclusive no ambiente do trabalho. O cuidado com os colaboradores ganha ainda mais protagonismo, servindo inclusive como diferencial competitivo para atrair talentos e destacar marcas no mercado.

No entanto, quando falamos de campanhas sensíveis, é natural que o público levante dúvidas sobre a real intenção das empresas, afinal, em um contexto mercadológico, tudo pode ser entendido como apenas uma tentativa de faturar mais.

A expectativa dos consumidores vai além de posts amarelos nas redes sociais: o público deseja ações genuínas, que promovam bem-estar e deixem um legado positivo.

Então, para marcas dos setores de saúde, farma e wellness, participar do Setembro Amarelo de forma responsável é uma oportunidade estratégica de alinhar discurso e prática, fortalecendo vínculos com a sociedade e com seus próprios colaboradores.

Mas como garantir uma atuação autêntica, evitando um “yellowwashing”? Neste artigo, você vai encontrar insights práticos, cases e orientações para transformar campanhas de conscientização em experiências reais de cuidado.

O que é Marketing de Causa?

Antes de seguir, é fundamental entender um conceito-chave: o Marketing de Causa. Trata-se de uma estratégia poderosa que estabelece uma conexão entre empresas e sociedade. Essa sintonia acontece quando as marcas abraçam causas sociais, utilizando seu engajamento, alcance e recursos para amplificar a visibilidade dessas pautas e gerar um impacto positivo.

Quando aplicada aos indicadores de performance, essa tática é fantástica, pois pode influenciar diretamente a decisão de compra do consumidor. 

De acordo o Ibope/Conecta, 62% dos clientes estariam dispostos a trocar de marca por outras que apoiam causas relevantes. 

Outra pesquisa, agora da Cone Communications, apontava que essa mudança de preferência de marca poderia ser feita por mais de 90% das pessoas ouvidas.

O Ibope/Conecta ainda mostra que 50% dos entrevistados estariam inclinados a pagar mais caro em marcas envolvidas em causas importantes. Isso significa que, além de ser um diferencial competitivo, o Marketing de Causa pode ser muito lucrativo.

Diante de números tão expressivos, muitas marcas tentam aderir às pautas, mas sem profundidade. O perigo surge quando o engajamento é meramente oportunista e desconectado da realidade da empresa, o que pode gerar efeitos opostos aos desejados.

Foi o que aconteceu com a influenciadora italiana Chiara Ferragni e a marca Balocco, também italiana, do setor de alimentos. Para o Natal de 2023, a empresa lançou o “Pandoro Pink Christmas”, uma edição limitada do tradicional bolo natalino assinado pela influenciadora.

Com quase 30 milhões de seguidores no Instagram, o discurso de Chiara induzia o público a acreditar que, ao comprar o produto, parte do valor seria destinado a um hospital infantil em Turim. No entanto, foi descoberto que a Balocco já havia doado cerca de 50 mil euros para o hospital meses antes de a campanha ir ao ar. Ou seja, o ato de caridade não dependia das vendas. 

As pessoas se sentiram lesadas ao acreditar que comprando o bolo de Natal (semelhante ao panetone), elas estariam ajudando diretamente o hospital. 

Importante ressaltar que o produto custava o dobro da sua versão comum, sem a assinatura da influencer.

O caso foi amplamente repercutido na Itália e em todo o continente Europeu, rendendo multas milionárias, cancelamento de contrato e perda de seguidores.

Como atuar no Setembro Amarelo?

Em tempos de consumidores exigentes e informados, empresas que desejam se posicionar publicamente no Setembro Amarelo, ou em outras datas importantes, devem considerar ações que envolvam o público interno e externo. Para isso, existem boas ações:

1. Endomarketing com propósito

A promoção da saúde mental começa de dentro para fora! Ofereça suporte psicológico dedicado, workshops e escuta ativa para transformar positivamente o ambiente de trabalho. Disponibilizar plataformas de apoio, palestras com especialistas e canais confidenciais mostra que a empresa se importa de verdade.

2. Seja parceiro de instituições do setor de saúde mental

Crie um programa estruturado de atuação junto a ONGs, iniciativas sociais sérias e canais reais de apoio. Isso promoverá impacto real, muito além do discurso.

3. Conte com curadoria técnica

Para legitimar e respaldar iniciativas no Setembro Amarelo, informações precisas e confiáveis são essenciais! Pesquisas, consultorias, materiais, lives ou artigos com psicólogos, psiquiatras ou terapeutas trazem autoridade e ajudam no diálogo com a comunidade.

4. Converse com o público externo

Promova espaços de diálogo com clientes, parceiros e sociedade. Encontros, materiais úteis e canais de apoio dão ainda mais substância ao Setembro Amarelo.

IA com empatia: tecnologia a serviço do cuidado

As ferramentas de Inteligência Artificial podem ser bastante úteis quando usadas com estratégia e responsabilidade.

No contexto do Setembro Amarelo, as IAs têm aplicações úteis na análise de sentimento, mapeamento de comportamentos, identificação de grupos em vulnerabilidade dentro da empresa e identificação de tendências de humor a partir de interações online.

Com esses dados é possível segmentar conteúdos, ter insights de ações e usar abordagens personalizadas, respeitando os momentos individuais de cada um.

Porém, vale reforçar: a empatia não se automatiza. Sendo assim, a revisão humana é indispensável para que a comunicação seja acolhedora, sensível e sem gatilhos.

Cultura corporativa como pré-requisito em campanhas sensíveis

Como dissemos nos parágrafos acima: é preciso olhar para dentro antes de se comunicar com o mercado e com os consumidores.

Empresas que possuem uma cultura organizacional saudável e inclusiva têm mais legitimidade para abraçar causas sensíveis, como o Setembro Amarelo.

Então, vale as reflexões: seus funcionários se sentem acolhidos? Há espaço seguro para diálogo no dia a dia corporativo? Sua empresa respeita as individualidades e mantém uma rotina cordial em todos os níveis?

Marcas que vivem seus valores e implementam medidas para tornar o ambiente de trabalho acolhedor são as que mais inspiram. Elas são capazes de desdobrar o Setembro Amarelo durante o ano inteiro, criando uma jornada de cuidado contínuo.

Enfim, o Setembro Amarelo é uma oportunidade de posicionamento no mercado, mas, mais do que isso, é uma oportunidade de promover transformações e conexões reais.

Este mês precisa de cuidado e de comunicação empática, respaldados por pessoas capazes de oferecer curadoria técnica e histórico em criar experiências valiosas.

Por isso, fale com a VX! Estamos aqui para transformar suas campanhas com propósito.

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